Israel confirmou nesta quarta-feira (25) que soldados das Forças de Defesa (FDI) realizaram operações secretas em território iraniano durante a chamada “Guerra dos 12 Dias”. A informação foi anunciada pelo chefe do Estado-Maior israelense, general Eyal Zamir, em pronunciamento televisionado, marcando a primeira vez em que o Exército do país admite ter conduzido missões desse tipo dentro do Irã em meio ao recente conflito entre as duas nações.
Segundo Zamir, unidades de comandos das FDI, em coordenação com a agência de inteligência Mossad, atuaram de forma secreta em solo iraniano durante o período de hostilidades iniciado no último dia 13, quando Israel lançou uma série de ataques aéreos visando anular o programa nuclear iraniano.
“Alcançamos o controle total do espaço aéreo iraniano e de todos os lugares em que decidimos operar. Isso foi possível graças, entre outras coisas, à coordenação e ao engano tático promovidos pela nossa força aérea e pelas nossas unidades de comando terrestre. As forças atuaram em segredo nas profundezas do território inimigo e nos proporcionaram liberdade de ação operacional”, declarou o general.
O anúncio ocorre horas depois de autoridades do regime iraniano executarem quatro pessoas acusadas de colaborar com o serviço de inteligência israelense Mossad, sob a justificativa de “corrupção na terra” e ações contra a segurança do Estado.
Durante a guerra, as Forças de Defesa de Israel afirmaram ter causado danos severos ao programa nuclear do Irã. De acordo com Zamir, as operações executadas não foram ações pontuais, mas sim um golpe sistêmico.
“O dano ao programa nuclear não foi localizado, mas sistêmico (…). O resultado acumulado nos permite determinar que o projeto nuclear iraniano sofreu danos graves, amplos e profundos, e teve um atraso de anos”.
A Comissão de Energia Atômica de Israel relatou que a planta de enriquecimento de Fordow, uma das principais instalações nucleares do Irã, foi “inutilizada” após o ataque conjunto conduzido pelos Estados Unidos no sábado (21).
Ainda durante seu pronunciamento, Eyal Zamir reforçou que a situação na região permanece instável mesmo após o cessar-fogo firmado ao fim dos combates. “Devemos permanecer em alerta, muitos desafios ainda nos aguardam”, afirmou. Zamir também homenageou soldados israelenses mortos em Gaza durante operações contra o grupo terrorista Hamas.
Fonte: Gazeta