O governo do Irã confirmou nesta sexta-feira que restringiu o acesso à internet em todo o país, afirmando que a medida é necessária para que os sistemas de defesa possam atuar contra drones lançados por Israel. Uma porta-voz do governo iraniano indicou que a decisão foi tomada para “rastrear e interceptar” artefatos israelenses, confirmando que o apagão cibernético que o país enfrenta desde a última quarta-feira foi ordenado pelas autoridades e não consequência dos ataques israelenses. “Se necessário, passaremos para a intranet; esta é uma decisão tomada para o bem da nação e a segurança do povo”, destacou o portal de notícias Iran Nuances.
A reportagem pôde verificar que, desde a tarde de quarta-feira, não era mais possível se conectar a sites fora do país, e VPNs comumente usadas para acessar aplicativos bloqueados, como WhatsApp e Telegram, também foram bloqueadas. A interrupção da internet ocorreu naquele dia por volta das 13h30 – de acordo com a organização IODA, que monitora o comportamento na internet e é afiliada à universidade americana Georgia Tech – após um intenso ataque israelense a vários locais do país. Na ocasião, as autoridades iranianas afirmaram que seus sistemas foram alvo de ataques cibernéticos e que dois bancos de dados foram comprometidos.
A plataforma NetBlocks, que monitora a conectividade dos usuários e a censura na internet, informou que “o Irã foi desconectado da internet global” e que dados em tempo real mostram que a conectividade doméstica permanece em uma porcentagem menor que os níveis normais, com apenas alguns usuários conseguindo se conectar via VPNs multi-hop.
VEJA TAMBÉM:
- Israel lança nova onda de ataques contra o centro e o oeste do Irã
- TV estatal do Irã é hackeada com mensagens pedindo protestos contra o regime
Fonte: Gazeta