O número de vítimas fatais em Israel subiu para 14 após a nova onda de bombardeios do Irã na madrugada deste domingo (15). Segundo equipes de resgate, 10 pessoas morreram apenas nos ataques noturnos. Seis foram vitimadas na cidade costeira de Bat Yam, onde um prédio foi diretamente atingido. Outras quatro mortes ocorreram em Tamra, cidade do norte do país com maioria palestino-israelense.
Moradores relataram o medo constante devido à ausência de abrigos subterrâneos. “Foguetes são interceptados no ar sobre nossas cabeças, e não temos para onde correr”, afirmou um residente. A Associação pelos Direitos Civis em Israel alertou que diversas cidades do norte carecem de estruturas de proteção, inclusive em escolas.
Vários edifícios foram destruídos no centro do país. Um prédio de oito andares no distrito de Dan foi atingido diretamente, e outros edifícios residenciais sofreram danos. O Corpo de Bombeiros de Israel relatou ainda incêndios em áreas abertas. Imagens divulgadas mostram socorristas escavando escombros e removendo destroços.
Israel bombardeia mais de 80 alvos em Teerã, incluindo o Ministério da Defesa
Em resposta aos ataques, o Exército de Israel confirmou ter alvejado mais de 80 pontos estratégicos em Teerã, entre eles a sede do Ministério da Defesa iraniano e a estrutura do SPND — organização suspeita de liderar pesquisas nucleares militares. Segundo o comunicado oficial, os bombardeios ocorreram ao longo de toda a noite.
Israel justifica as ofensivas como necessárias para interromper o avanço do programa nuclear iraniano. As negociações previstas sobre o acordo nuclear foram suspensas. Em pronunciamento neste domingo (15), o Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, declarou que “Teerã não pretende expandir o conflito com Israel para países vizinhos, a menos que seja forçado a isso”. Segundo ele, as ações do Irã até o momento são uma resposta baseada no direito à legítima defesa.
Araqchi ressaltou que os ataques iranianos ocorreram em reação à agressão externa, e que tais ofensivas cessarão assim que Israel interromper suas investidas. Ele também condenou o bombardeio israelense ao campo de gás offshore de South Pars — estrutura compartilhada com o Catar — classificando-o como “uma agressão clara e extremamente perigosa”.
“Expandir o conflito para a região do Golfo Pérsico é um erro estratégico, com o objetivo de internacionalizar a guerra e tirar o foco do território iraniano”, alertou o chanceler.
Ainda durante a coletiva, Araqchi acusou Israel de tentar minar as negociações nucleares em andamento entre Teerã e Washington, que poderiam abrir caminho para um novo acordo. O Irã deveria apresentar uma nova proposta neste domingo, durante a sexta rodada de tratativas, mas o encontro foi cancelado após os recentes confrontos.
Indústria petrolífera iraniana entre os alvos
O Irã denunciou que duas refinarias de petróleo também foram atingidas, o que levanta o alerta para possível impacto nos mercados energéticos globais. Analistas temem que o conflito se prolongue e atinja setores críticos da economia iraniana.
De acordo com informações divulgadas pela mídia estatal iraniana, com base em dados do Ministério da Saúde do país, ao menos 128 pessoas morreram desde o início da operação militar israelense “Leão Ascendente”, lançada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI).
Com três dias de ataques cruzados, o cenário é de alerta para um confronto prolongado entre as duas potências regionais. Tanto Israel quanto Irã mantêm posturas de retaliação, sem sinais de recuo imediato.
Israel alerta civis iranianos a deixarem áreas próximas de fábricas de armamentos
As Forças de Defesa de Israel (IDF) emitiram neste domingo (15) um alerta considerado “urgente” para que cidadãos iranianos deixem imediatamente regiões onde estão localizadas instalações de produção de armamentos. O aviso, divulgado em árabe pelo porta-voz militar Avichay Adraee na rede X, levanta a possibilidade de novos bombardeios israelenses nas próximas horas.
“Para sua segurança, pedimos que saiam imediatamente das áreas dessas instalações e não retornem até novo aviso”, declarou Adraee. “Estar nas proximidades dessas áreas coloca sua vida em risco.”
O comunicado também adverte moradores que vivem nas redondezas de “instalações que apoiam a produção de armas no Irã”, reforçando o alerta de risco iminente.
No sábado (14), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia feito um pronunciamento em vídeo reiterando a postura ofensiva de seu governo diante do regime iraniano. “Atacaremos todos os locais e todos os alvos do regime do aiatolá”, afirmou.
Em resposta, o governo iraniano voltou a ameaçar com uma escalada no conflito, caso Israel continue com as ações militares.
Irã lança nova ofensiva com mísseis contra Israel; sirenes disparam em Jerusalém
O Irã disparou mais uma série de mísseis contra Israel neste domingo (15), ampliando a escalada militar no Oriente Médio. O novo ataque ocorre após as Forças de Defesa de Israel confirmarem ter bombardeado “mais de 80 alvos” em Teerã, capital iraniana.
Diante da ameaça, o exército israelense orientou a população a procurar imediatamente abrigos. Sirenes de alerta foram acionadas em diversas regiões do país, incluindo Jerusalém, segundo relatos de jornalistas da agência AFP.
“As sirenes soaram em várias áreas de Israel após a identificação de mísseis do Irã em direção ao Estado de Israel”, informou o exército em comunicado oficial.
A nota afirma ainda que os sistemas de defesa antiaérea estão em operação para interceptar os projéteis, enquanto Israel segue com seus bombardeios a alvos estratégicos iranianos.
Fonte: Gazeta