O embaixador brasileiro na Itália, Renato Mosca, afirmou que a deputada federal afastada Carla Zambelli (PL-SP) pode ser presa a “qualquer momento” e que a Polícia Federal já sabe a localização dela. A parlamentar chegou ao país europeu na semana passada após anunciar que deixou o Brasil para fazer um tratamento médico no exterior.
No entanto, para a Justiça brasileira, ela fugiu para não cumprir a condenação de 10 anos e 8 meses de prisão por suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a execução da prisão e a perda de mandato da parlamentar.
“Evidente que há uma mobilização para deter deputada porque ela está na lista de difusão vermelha da Interpol. As autoridades judiciais italianas acataram o pedido e, hoje, ela poderá ser presa a qualquer momento”, disse Mosca em entrevista à GloboNews nesta quinta (12).
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De acordo com ele, a expectativa é de que Carla Zambelli seja presa até sábado (14), mas através de um mandado provisório de prisão “para fins extradicionais”. Mosca afirma que não há uma operação montada e que as leis italianas impedem que ela seja detida “dentro do que é considerado um domicílio”, como uma casa ou hotel.
Por outro lado, a vice-ministra do Interior da Itália, Wanda Ferro, disse que o governo italiano não sabe onde a deputada está abrigada no país. Ela respondeu a um questionamento do parlamentar de esquerda Angelo Bonelli.
“As investigações estão em andamento, mas até agora não foi possível localizar a sra. Zambelli. As apurações prosseguem em colaboração com as autoridades brasileiras, e os dados já foram compartilhados com a Procuradoria de Roma”, afirmou.
Carla Zambelli chegou a Roma na manhã do dia 5 de junho em um voo procedente de Miami, nos Estados Unidos, segundo Ferro informou ao parlamento italiano. Naquele momento, a deputada ainda não constava nos bancos de dados da polícia e, por isso, não foi detida.
“A Itália não pode se tornar o paraíso dos golpistas e criminosos internacionais. O mundo sabe, o governo brasileiro sabe, que o governo italiano permitiu a entrada de Zambelli sem qualquer monitoramento. E agora fingem que não sabem onde ela está? É inaceitável”, emendou Bonelli em entrevista ao UOL.
Fonte: Gazeta