A Polônia denunciou nesta quarta-feira (10) um “ato de agressão” após a violação de seu espaço aéreo por drones lançados pela Rússia durante a madrugada, o que forçou o fechamento de vários aeroportos e a convocação urgente de uma reunião da Assembleia de Segurança Nacional.
As Forças Armadas da Polônia anunciaram que derrubaram alguns drones que invadiram o território. O Comando Operacional das Forças Armadas da Polônia informou no X que “iniciou imediatamente os procedimentos defensivos”.
“As forças polonesas e aliadas monitoraram dezenas de objetos por radar e, considerando aqueles que poderiam representar uma ameaça, o Comandante Operacional das Forças Armadas Polonesas decidiu neutralizá-los”, diz a publicação na rede social.
No comunicado, os militares especificaram que “alguns dos drones” que invadiram o espaço aéreo foram derrubados e que “estão sendo feitos esforços para localizar os possíveis locais de impacto desses objetos”.
“Como consequência do ataque perpetrado hoje pela Federação Russa em território ucraniano, ocorreu uma violação sem precedentes do espaço aéreo polonês por objetos semelhantes a drones. Trata-se de um ato de agressão que representou uma ameaça real à segurança de nossos cidadãos”, disse ainda o Comando Operacional das Forças Armadas no X.
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, confirmou em sua conta no X que “está em curso uma operação relacionada com as múltiplas violações do espaço aéreo polonês” e acrescentou que mantém comunicação constante com o presidente e o ministro da Defesa.
O premiê ressaltou que esse foi o primeiro abatimento de drones russos em território de um país da Otan. “Estamos lidando com uma provocação em larga escala. A situação é grave e ninguém duvida que devemos nos preparar para vários cenários”.
Tusk anunciou ainda nesta quarta-feira que invocará o artigo 4º do Tratado da Otan, que prevê que os aliados “se consultarão quando, a juízo de qualquer um deles, a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer uma das partes for ameaçada”.
Tusk disse perante o Parlamento polonês que a invocação do artigo 4 “é apenas o começo” e ressaltou que espera um “grande apoio dos aliados diante da “confrontação que a Rússia declarou ao mundo livre”, em referência à onda de drones que Moscou lançou contra a Polônia.
Por sua vez, o ministro da Defesa polonês, Władysław Kosiniak-Kamysz, também publicou no X que estão “em contato permanente com o comando da Otan” e pediu à população que “mantenha a calma e compartilhe apenas os anúncios oficiais dos serviços militares e estatais”.
Allison Hart, porta-voz da Otan, informou que a aliança militar discutirá a situação em uma reunião do Conselho do Atlântico Norte, o principal órgão decisório da organização. As defesas aéreas da Otan ajudaram a Polônia a derrubar os drones russos que invadiram nesta madrugada o espaço aéreo polonês, segundo informou a Aliança Atlântica em uma mensagem nas redes sociais.
Fonte: Gazeta