O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, solicitou a extradição de seu ex-assessor Eduardo Tagliaferro, que atualmente reside na Itália. A solicitação foi encaminhada ao Ministério da Justiça, que enviou o pedido ao Ministério das Relações Exteriores, na quarta-feira (20), para formalização junto ao governo italiano.
Tagliaferro trabalhou como assessor de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e comandou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) da corte. Ele é perito computacional e foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por violar sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e suposta tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A denúncia da PGR foi apresentada na sexta-feira (22) pelo procurador-geral Paulo Gonet. Tagliaferro é acusado de vazar mensagens sigilosas entre servidores de Moraes no STF e no TSE, ação conhecida como “Vaza Toga”. Segundo a acusação, esses vazamentos tentaram enfraquecer investigações e desestabilizar as instituições brasileiras.
Na denúncia, a PGR afirma que a conduta de Tagliaferro torna-se “mais gravosa” ao se verificar que, no período dos vazamentos, o STF conduzia investigações sobre atos antidemocráticos, incluindo a tentativa de golpe de Estado (Pet. 12.100/DF), divulgação de fake news (Inq. 4.781/DF) e milícias digitais (Inq. 4.784/DF).
A Polícia Federal (PF) já havia indiciado Tagliaferro em abril por violação de sigilo funcional com dano à administração pública. A PGR afirma que ele atua em conjunto com outros investigados que fugiram, o que indicaria alinhamento com uma suposta organização criminosa.
Tagliaferro nega ser responsável pelos vazamentos e alega perseguição política por parte de Moraes. Ele se prepara, na Itália, para apresentar uma denúncia ao Parlamento Europeu contra o ministro e afirma ter provas contra Moraes, que, segundo ele, “destruiu sua vida”. O ex-assessor conta com apoio de parlamentares de direita para suas ações.
Fonte: Gazeta