O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) divulgou nesta sexta-feira (22) a transcrição e o áudio de um depoimento que colheu no mês passado da socialite inglesa Ghislaine Maxwell, ex-namorada e ex-sócia do financista Jeffrey Epstein.
Segundo informações da ABC News, Maxwell disse ao procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Todd Blanche, que nunca testemunhou nem ouvir falar sobre qualquer comportamento “inapropriado” ou criminoso do presidente Donald Trump e do ex-mandatário Bill Clinton (1993-2001) relacionado às atividades de Epstein.
O financista foi encontrado morto na sua cela em Nova York em 2019, quando aguardava julgamento por um esquema de tráfico sexual de menores. Por acusações relacionadas, Maxwell cumpre pena de 20 anos de prisão numa penitenciária americana.
“O presidente Trump sempre foi muito cordial e gentil comigo. E eu só quero dizer que admiro sua extraordinária conquista em se tornar presidente agora. E eu gosto dele. E sempre gostei dele”, disse a ex-sócia de Epstein a Blanche.
Perguntada se ouviu algo sobre algum comportamento inapropriado de Trump, Maxwell respondeu “absolutamente nunca, em nenhum contexto”.
A respeito de Clinton, a socialite disse que o ex-presidente era amigo dela, não de Epstein, e que o único contato do político com o financista foi relacionado ao uso de um avião particular de Epstein para viagens para a África, Ásia e Europa depois que o democrata deixou a Casa Branca.
Ela negou que Clinton tenha viajado a uma propriedade nas Ilhas Virgens Americanas onde grande parte dos crimes sexuais cometidos por Epstein teria ocorrido.
“Ele nunca, absolutamente nunca foi. E posso ter certeza disso porque ele não teria ido de jeito nenhum. Não acredito que ele teria ido para a ilha se eu não estivesse lá. Porque não acredito que ele tivesse uma amizade independente, por assim dizer, com Epstein”, disse Maxwell a Blanche.
A ex-sócia de Epstein também negou que houvesse uma lista de clientes de Epstein, que seriam alvos de chantagem.
Nas últimas semanas, Trump tem sofrido desgaste porque seu governo confirmou que a morte do financista foi um suicídio e porque alegou que uma lista de clientes famosos de Epstein não existe, contrariando teorias de apoiadores do presidente americano.
Por isso, o DOJ solicitou o depoimento de Maxwell e que depoimentos de outras pessoas à Justiça sobre o caso fossem divulgados – porém, esses pedidos foram negados por juízes americanos.
Como contraponto às cobranças a Trump, apoiadores do republicano sempre citaram as relações de Epstein com Clinton, que, assim como o atual presidente americano, foi apontado como amigo e fez elogios ao financista antes que as acusações contra ele fossem reveladas.
Fonte: Gazeta