Um dia após pós ser alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF), o pastor Silas Malafaia voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes. Durante culto realizado nesta quinta-feira (21) na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no Rio de Janeiro, Malafaia rebateu críticas sobre suposto alinhamento político.
Durante a pregação, o pastor classificou como injusta a retenção de seu passaporte. Ele disse que a medida não tinha fundamento jurídico. “Eu estava em Portugal, soltei vários vídeos, voltei para o Brasil. Como é que eu vou fugir?”
Durante a pregação, o pastor disse que Moraes “vai cair”. “Declaro aqui, em nome de Jesus, esse homem vai ser julgado pelas leis deste país, ou pela ação de Deus, ou as duas coisas juntas, mas ele vai cair, vai chegar a hora dele”, afirmou.
Silas Malafaia classificou a retenção do passaporte como injustificada. Ele afirmou que enfrenta Moraes sem receio de consequências. “Não tenho medo de ser preso. Não tenho medo de ser retaliado”, declarou.
Segundo Malafaia, agentes recolheram também seu celular e cadernos usados em pregações. “O delegado federal abriu e folheou os cadernos. Falei, amigo, me devolve esses cadernos, porque são esboços de mensagens que eu prego. Ele estava debaixo de ordem do chefe da Gestapo de Moraes, em Brasília”, afirmou.
O pastor também comparou as ações do ministro a de regimes autoritários. Ele citou União Soviética, Coreia do Norte, Cuba e China em críticas ao governo brasileiro. Durante a pregação, disse que a democracia está em risco. Para ele, o medo de se manifestar seria prova dessa fragilidade.
Malafaia descarta disputa em eleição e cita liberdade religiosa
A PF abordou o pastor no aeroporto do Galeão, na noite desta quarta-feira (20). Malafaia retornava de Portugal quando teve o material recolhido. Segundo a investigação, o pastor teria participado de ações de desinformação e pressão sobre o Judiciário. Ele nega envolvimento político e diz atuar apenas como religioso.
Malafaia declarou que não pretende disputar cargos eletivos. “Eu sou uma voz profética”, disse durante a pregação. No culto, revisitou sua trajetória política. Ele lembrou apoio a Lula em 2002, a Aécio Neves em 2014 e a Jair Bolsonaro em 2018.
A reunião terminou com um chamado à oração pelo país. O pastor afirmou que a paz social depende do engajamento coletivo da comunidade cristã.
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Fonte: Gazeta