O governo do presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (21) que todos os 55 milhões de estrangeiros com vistos válidos para os Estados Unidos passarão por uma “verificação contínua”. A medida busca identificar violações que podem levar à revogação imediata do visto e à deportação, caso o indivíduo afetado esteja nos EUA.
Quem está sujeito à medida?
Segundo o Departamento de Estado, todos os portadores de visto americano, independentemente da categoria — estudantes, trabalhadores ou turistas —, poderão ter seus documentos revisados. Isso inclui pessoas que tiveram o visto aprovado e se encontram em território americano.
O que significa “verificação contínua”?
Significa que a checagem americana não ficará restrita somente ao momento da concessão do visto. O governo passará agora a analisar de forma contínua redes sociais, registros criminais, antecedentes de imigração e possíveis ligações de portadores ou candidatos com atividades que sejam consideradas terroristas ou antiamericanas.
“O Departamento de Estado revoga vistos a qualquer momento em que houver indícios de uma potencial inelegibilidade, o que inclui sinais de permanência irregular, atividade criminosa, ameaças à segurança pública, envolvimento em qualquer forma de atividade terrorista ou apoio a uma organização terrorista”, disse um porta-voz da diplomacia americana.
O que pode levar à perda do visto?
De acordo com o governo americano, entre os fatores que podem resultar em cancelamento estão:
- permanência além do prazo autorizado;
- crimes cometidos em território americano ou no exterior;
- ameaças à segurança pública;
- apoio a organizações terroristas ou condutas antiamericanas.
Estudantes devem ficar em alerta
Desde janeiro, o governo Trump revogou mais de 6 mil vistos de estudantes, sendo cerca de 4 mil por violações da lei, incluindo casos de agressão, direção sob efeito de álcool ou drogas e, em menor escala, apoio a grupos ligados ao terrorismo, como o Hamas.
Além disso, os EUA passaram a exigir que candidatos a visto estudantil liberem o acesso às suas redes sociais durante as entrevistas consulares, permitindo que diplomatas revisem postagens e interações antes da concessão da autorização.
Por que a medida foi tomada?
A Casa Branca afirma que o objetivo é reforçar a segurança nacional e evitar que benefícios de imigração sejam concedidos a pessoas que, nas palavras do Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS), “desprezam o país e promovem ideologias antiamericanas”. A ideia é garantir que apenas estrangeiros que respeitam as leis americanas permaneçam no país. O endurecimento das regras se soma a outras ações adotadas desde o início deste segundo mandato de Trump, todas voltadas para restringir abusos no sistema migratório e proteger cidadãos americanos.
Fonte: Gazeta