O governo de Israel aprovou definitivamente nesta quarta-feira (20) o plano de expansão de assentamentos ao lado de Jerusalém Oriental, na área conhecida como E1, que impediria o acesso à cidade a partir da Cisjordânia ocupada e dificultaria o estabelecimento de um Estado palestino contíguo.
Em comunicado, o ministro das Finanças e colono israelense, Bezalel Smotrich, confirmou a decisão da Administração Civil israelense e disse que esta “apaga na prática a ilusão dos ‘dois Estados’ e consolida o controle do povo judeu sobre o coração da Terra de Israel”.
“O Estado palestino está sendo apagado da mesa não com slogans, mas com ações. Cada assentamento, cada bairro, cada moradia é um novo prego no caixão desta ideia perigosa”, disse Smotrich.
O ministro já havia aprovado na semana passada o plano, que prevê a construção de 3,4 mil novas unidades habitacionais no assentamento de Ma’aleh Adumim, localizado na Cisjordânia.
“Trata-se de uma decisão consciente por parte de Israel para implementar um regime de ‘apartheid’. Se a comunidade internacional leva a sério a paz e um Estado palestino, é urgente tomar medidas efetivas para prevenir que Israel expulse os palestinos na área E1”, disse em um comunicado nesta quarta-feira Aviv Tatarsky, pesquisador da ONG israelense Ir Amim.
No final de maio, Smotrich havia anunciado que o governo israelense aprovou 22 novos assentamentos judaicos na Cisjordânia, o que, segundo a ONG Peace Now, será a maior expansão desde os Acordos de Oslo de 1993, que iniciaram negociações para o estabelecimento de dois Estados, hoje abandonadas.
Em junho, Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega anunciaram sanções contra Smotrich e Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional de Israel, que foram proibidos de entrar nesses países e tiveram bens bloqueados, sob a alegação de que ambos incitam a violência contra palestinos na Cisjordânia.
Na ocasião, Smotrich disse que o Reino Unido “já tentou uma vez nos impedir de colonizar o berço da nossa pátria, e não podemos deixar isso acontecer novamente” – em referência ao período entre as décadas de 1930 e 40 em que a migração judaica para a região foi restringida pelo Mandato Britânico da Palestina.
Fonte: Gazeta