Feed Xingu
Advertisement
  • Home
  • Xingu
  • Pará
  • Política Brasil
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Home
  • Xingu
  • Pará
  • Política Brasil
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Feed Xingu
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Home Política Brasil

O papel de Lula na ofensiva dos Brics contra o dólar

19/08/2025
in Política Brasil
0
Ícone de Busca

O papel de Lula na ofensiva dos Brics contra o dólar

Share on FacebookShare on Twitter

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem assumido ao longo de seu terceiro mandato um papel que nem mesmo os principais líderes dos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos) parecem dispostos a ocupar: o de defensor ideológico de uma nova ordem econômica mundial que prescinda do dólar como moeda de referência. Para analistas ouvidos pela reportagem, a pressão colocada pelos Estados Unidos sobre o Brasil – por meio das tarifas aos produtos importados – contém a mensagem de que o país terá que se posicionar no contexto geopolítico de um mundo polarizado.

“Lula tornou-se um porta-voz da narrativa de substituição do dólar, algo que nem mesmo outros líderes do grupo sustentam publicamente. Narendra Modi (Índia), próximo presidente rotativo do bloco, evita o tema. O líder chinês prefere o silêncio. O russo, sobrecarregado por problemas internos, também não insiste. Sobrou a Lula sustentar um discurso ideológico, mesmo após receber a carta de Trump anunciando o tarifaço”, disse Cezar Roedel, mestre em Relações Internacionais.

De acordo com Roedel, o discurso de Lula é alimentado pelo assessor especial Celso Amorim e parte de uma leitura antiquada da geopolítica, pois cerca de 90% das transações cambiais e quase metade do comércio global de mercadorias ainda são realizados na moeda americana. Além disso, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), nos fluxos do comércio brasileiro, a participação do dólar é de mais de 95% nas exportações e 81% nas importações.

“É acreditar, de forma quase ingênua, que o Brasil teria posição de destaque em uma nova ordem mundial sem o dólar. Na prática, trata-se de um sonho ideológico, ancorado numa visão ultrapassada de mundo dividido pela linha do Equador, com o hemisfério Norte dominante e o chamado “Sul Global”, denominação exótica para países que, mesmo no Ocidente, se colocam contra o regime ocidental e frequentemente demonstram simpatia por ditaduras”, disse Roedel.

Apesar de Rússia e China não defenderem publicamente a substituição do dólar como moeda de comércio global, a pauta é de interesse direto desses países. Moscou se beneficiaria já que é alvo de sanções econômicas por conta da guerra na Ucrânia. Já a China deseja que sua moeda, o yuan, altamente controlada por seu banco central, seja um dia a substituta do dólar no posto de principal unidade monetária do comércio mundial.

Os dois países já desenvolveram sistemas de pagamento alternativos, onde realizam trocas usando suas moedas locais sem intermédio do dólar. Mas é o presidente brasileiro que vem dando declarações públicas sobre o tema para tentar confrontar a hegemonia americana.

Na avaliação de especialistas, a pauta do “fim do dólar” tem hoje mais utilidade política doméstica do que viabilidade econômica ou diplomática. É o que destaca o cientista político Adriano Gianturco, coordenador do curso de Relações Internacionais do Ibmec-BH. “O Brasil não é protagonista no cenário internacional. O discurso de Lula serve para reforçar alianças ideológicas e projetar influência no Sul Global, mas a realidade é que seu alcance é limitado”, resume Gianturco.

“Em última instância tem a questão ideológica, mas isso é o último fator, porque na verdade a relação [entre os países do Brics] é feita mais de interesses do que de poder mesmo. A questão ideológica é mais a questão da narrativa, do marketing, da propaganda para o público doméstico, para os eleitores, para os leigos”, disse.

Enquanto isso, a política externa brasileira acumula sinais de isolamento: perda de prestígio na Europa, atritos com os EUA e associação a regimes sancionados internacionalmente. Mesmo China e Rússia, mostram mais cautela do que Lula na hora de confrontar abertamente o papel do dólar no comércio global.

VEJA TAMBÉM:

  • Dino sinaliza discordância com Lei Magnitsky e impede sanções estrangeiras a brasileiros

  • Lula

    Lula defende regulação das big techs e cobra ação conjunta contra crimes digitais

Lula começou a atacar o dólar em viagem à China em 2023

O discurso de Lula contra o dólar, no entanto, não é novo. Em 2008, no fim de seu segundo mandato, o Brasil lançou com a Argentina o Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML), permitindo operações de comércio exterior entre países do Mercosul sem a intermediação do dólar. O sistema, administrado pelo Banco Central do Brasil em parceria com os bancos centrais da Argentina, Uruguai e Paraguai, segue em funcionamento.

De acordo com o Banco Central, em 2024, o Brasil exportou R$ 3,3 bilhões para a Argentina utilizando o Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML).

Apesar da movimentação de Lula no seu segundo mandato, a estratégia antidólar não era tão explícita. Em 2009, em entrevista para a imprensa internacional, ele chegou a considerar um “exagero” a substituição do dólar, mas apoiava o uso de moedas locais no comércio com a China, por exemplo.

A guinada antidólar do petista ficou mais clara em abril de 2023, durante viagem à China. Em Xangai, ao discursar na sede do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o Banco dos Brics, o presidente questionou a hegemonia do dólar. “Toda noite me pergunto por que todos os países estão obrigados a fazer o seu comércio lastreado no dólar. Por que não podemos fazer nosso comércio lastreado na nossa moeda?”, disse o petista na oportunidade.

O discurso de Lula também se apoia no projeto conhecido como Brics Pay, uma iniciativa ainda embrionária para criar arranjos de compensação entre moedas locais e reduzir custos nas transações do bloco. Documentos recentes dos Brics falam em “plataformas voluntárias” e em estudos técnicos, mas nem China nem Índia confrontaram abertamente o dólar. Além disso, o sistema segue sem implementação prática robusta.

O Brics Pay pretende ser uma alternativa ao já consolidado sistema Swift, que é amplamente utilizado no mundo, mas do qual a Rússia está suspensa devido à guerra que iniciou contra a Ucrânia.

A iniciativa de Lula em viabilizar negociações comerciais sem o uso do dólar foi um dos fatores que colocou o Brasil na mira de taxações de Donald Trump. Somado a isso, a declaração do chanceler russo, Sergey Lavrov – apontando Lula como responsável pela proposta de criar um meio de pagamento nos Brics -, somou mais um fator contra o Brasil na relação já desgastada com os EUA.

Além da decisão do governo Lula de estreitar laços com os países do Brics, outros episódios que colaboraram para a crise diplomática com os Estados Unidos foram a recepção de navios iranianos no Rio de Janeiro e o pouso de um avião russo sancionado em território brasileiro — ambos não foram bem explicados pela gestão petista.

Em março de 2023, o governo Lula autorizou dois navios de guerra iranianos a atracarem no Rio de Janeiro. A decisão foi questionada pelos Estados Unidos e tratada como um erro pela diplomacia americana. Posteriormente, em junho deste ano, o deputado federal Adilson Barroso (PL-SP) protocolou um requerimento que busca criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os navios iranianos obtiveram urânio brasileiro durante a passagem pelo país. Para ser instaurada, a proposta precisa contar com 171 assinaturas.

Outro caso que ainda não foi esclarecido diz respeito à passagem de um avião cargueiro russo de grande porte que esteve na Base Aérea de Brasília na semana passsada. O avião cargueiro estratégico russo Ilyushin IL-76, operado pela empresa Aviacon Zitotrans, sancionada pelos Estados Unidos, pousou em Brasília em 10 de agosto e permaneceu no local até a noite de 13 de agosto. O avião então foi para a Bolívia e depois pousou em Caracas, na Venezuela, na última quinta-feira (14), segundo o site de monitoramento de aviação internacional flightradar24.

“A ausência de explicações sobre o atracamento de navios do Irã e o pouso de um avião russo sancionado é o principal motivo para desconfiança. Um país que não é transparente sobre esses eventos está se alinhando ao que há de pior no cenário internacional”, avalia o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS).

Brasil e Índia são considerados “países-pêndulo”, mas terão que se posicionar

Membros dos Brics, o Brasil e a Índia são conhecidos internacionalmente como “países-pêndulo”, por não se alinharem automaticamente com grandes potências. Apesar de pender para ditaduras como Rússia e China, Lula usa publicamente o discurso de que é amigo de todos os países.

Em vídeo divulgado no fim de semana, o petista apareceu cultivando uma muda de uva e dizendo que estava “plantando comida e não ódio”. Na oportunidade, também listou alguns dos países dos quais, na visão dele, “o Brasil gosta”. “[…] Gosta dos Estados Unidos, gosta da China, gosta da Rússia, que gosta Uruguai, gosta da Venezuela, nós gostamos de todo mundo. Aqui é um exemplo, eu estou plantando comida, não estou plantando violência e ódio”, discursou.

Na avaliação de Gianturco, o posicionamento atual do Brasil e da Índia guarda semelhanças com a postura adotada na Guerra Fria, quando ambos buscavam uma “terceira via”, já que não se alinhavam plenamente nem aos Estados Unidos nem à União Soviética.

Mas, de acordo com o especialista, as tarifas de 50% sobre produtos exportados para Washington impostas por Trump podem ser um recado de que o Brasil vai ter que abandonar o comportamento de “pêndulo” e terá de assumir o posicionamento a favor ou contra os Estados Unidos.

Diante disso, a guinada do Brasil em direção a Pequim e Moscou desperta preocupação por aproximar o país de regimes autoritários e colocar o país em rota de colisão com Washington. Para Roedel, no entanto, o tarifaço de Trump já está desarticulando a coordenação econômica do Brics, ainda que de forma indireta.

O deputado Marcel van Hattem considera a postura de Lula “negativa e irresponsável” e afirma que o presidente “está dobrando a aposta” no afastamento de Washington. “Lula tenta se vitimizar e não quer resolver o problema com os Estados Unidos. Quem paga a conta são os brasileiros”, afirmou. Para ele, a falta de transparência do governo sobre a aproximação com países antidemocráticos é um ponto crítico.

Para o deputado Coronel Armando (PP-SC), a crise diplomática com os Estados Unidos não começou com o recente tarifaço imposto por Washington, mas vem sendo agravada pelas escolhas políticas e ideológicas do governo Lula. 

“A posição do Brasil apoiando o Hamas, apoiando o Irã que bombardeia Israel, já demonstravam qual é a aliança que o Brasil busca. Com isso, ele se afastou dos Estados Unidos, que tradicionalmente é a maior democracia do mundo. No caso da Rússia, que invadiu a Ucrânia, o mundo todo condena, mas o Brasil segue apoiando. O tarifaço é consequência de uma política americana de reordenar relações, mas o que realmente agrava é essa aproximação cada vez maior com o Brics”, disse parlamentar.

Já o deputado Luiz Lima (Novo-RJ) comparou a postura de Lula com a trajetória de Hugo Chávez e Nicolás Maduro na Venezuela. “Ele [Lula] está escolhendo brigar com os Estados Unidos. É a mesma receita de bolo feita na Venezuela. Isso pode ser muito positivo para ambições políticas do presidente, mas para o país é catastrófico. O custo será altíssimo, com os R$ 30 bilhões que o governo terá de injetar nos setores que serão taxados pelos EUA”, por exemplo, disse o deputado à Gazeta do Povo.

Lima destacou que, embora os EUA sejam abertos a negociações e ao livre comércio, não toleram aproximações com regimes que atentam contra sua segurança, lembrando o histórico de financiamento iraniano ao terrorismo, inclusive nos ataques de 11 de setembro. “O Lula precisa lembrar que ele é presidente do Brasil, de todos, e não apenas do PT. Ele não está ali para fazer politicagem”, criticou.

Fonte: Gazeta

Notícia anteior

Trump recebe líderes europeus para discutir guerra na Ucrânia

Próxima notícia

Zelensky agradece por carta de Melania Trump a Putin

RelacionadoPostagens

Ícone de Busca
Política Brasil

Dino sinaliza discordância com Magnitsky e impede sanções a brasileiros

19/08/2025
Ícone de Busca
Política Brasil

governo perde controle com emendas

19/08/2025
Ícone de Busca
Política Brasil

Tarcísio defende “entregar algumas vitórias” a Trump para negociar tarifaço

19/08/2025
Ícone de Busca
Política Brasil

Brasil responde aos EUA e nega práticas desleais de comércio

18/08/2025
Ícone de Busca
Política Brasil

AGU exige exclusão de chatbots Meta com linguagem infantil

18/08/2025
Ícone de Busca
Política Brasil

Governo de Minas corre contra o tempo para aderir ao Propag

18/08/2025
Próxima notícia
Ícone de Busca

Zelensky agradece por carta de Melania Trump a Putin

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  • Trending
  • Comentários
  • Mais recente
Moradores do bairro São Francisco, em Altamira, pedem creche e mais segurança para crianças

Moradores do bairro São Francisco, em Altamira, pedem creche e mais segurança para crianças

04/08/2025
Justiça Federal suspende embargo do IBAMA a propriedades rurais em Altamira após ação do Siralta

Justiça Federal suspende embargo do IBAMA a propriedades rurais em Altamira após ação do Siralta

05/06/2025
Corrida e Caminhada marcam o Dia Mundial do Meio Ambiente em Vitória do Xingu

Corrida e Caminhada marcam o Dia Mundial do Meio Ambiente em Vitória do Xingu

05/06/2025
Suspeito de matar cantor em Altamira é encontrado morto em capela em Uruará

Suspeito de matar cantor em Altamira é encontrado morto em capela em Uruará

09/06/2025

Hello world!

1
Grupo de corredores sofre assalto coletivo na Doca, em Belém; VÍDEO

Grupo de corredores sofre assalto coletivo na Doca, em Belém; VÍDEO

0
Banda paraense aposta em som autoral para manter viva a cena rock no interior do estado | Pará

Banda paraense aposta em som autoral para manter viva a cena rock no interior do estado | Pará

0
Polícia prende 61 pessoas suspeitas de envolvimento com facção criminosa no Pará

Polícia prende 61 pessoas suspeitas de envolvimento com facção criminosa no Pará

0
Patinetes elétricos começam a circular em Belém; veja como usar | Pará

Empresa de patinetes elétricos investiga tentativa de golpe com QR Codes falsos em Belém

19/08/2025
Ícone de Busca

Dino sinaliza discordância com Magnitsky e impede sanções a brasileiros

19/08/2025
Ícone de Busca

Zelensky agradece por carta de Melania Trump a Putin

19/08/2025
Ícone de Busca

O papel de Lula na ofensiva dos Brics contra o dólar

19/08/2025

Recent News

Patinetes elétricos começam a circular em Belém; veja como usar | Pará

Empresa de patinetes elétricos investiga tentativa de golpe com QR Codes falsos em Belém

19/08/2025
Ícone de Busca

Dino sinaliza discordância com Magnitsky e impede sanções a brasileiros

19/08/2025
Ícone de Busca

Zelensky agradece por carta de Melania Trump a Putin

19/08/2025
Ícone de Busca

O papel de Lula na ofensiva dos Brics contra o dólar

19/08/2025
Feed Xingu

© 2025 Todos os direitos reservados.

Navegar no site

  • About
  • Advertise
  • Privacy & Policy
  • Contact

Siga-nos

Nenhum resultado
Ver todos os resultados

© 2025 Todos os direitos reservados.