Familiares de reféns israelenses que continuam sequestrados na Faixa de Gaza pelo grupo terrorista Hamas anunciaram que irão acampar, a partir desta segunda-feira perto (18), perto da fronteira com o enclave para “escalar” sua luta por um acordo de cessar-fogo imediato.
O comunicado foi divulgado neste domingo, quando milhares de manifestantes tomaram as ruas de Israel para também pressionar o governo a conseguir uma trégua.
“Somos obrigados a escalar nossa luta e fazer todo o possível para trazer de volta nossos entes queridos. Estamos perdendo eles e, se não os trouxermos de volta agora, os perderemos para sempre”, afirmou o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos, que representa a maioria dos familiares de sequestrados em 7 de outubro de 2023.
O acampamento será montado no “ponto mais próximo” aos reféns, junto à fronteira com a Faixa de Gaza, onde os familiares dos sequestrados passarão a noite — sem indicar até quando durará a manifestação.
O grupo se opõe ao plano do governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, de ocupar a cidade de Gaza por entenderem que avanços militarem colocam em risco a integridade de seus familiares.
Neste domingo, ruas do país foram palco de protestos e greve
Hoje, grupos de manifestantes apoiados pelo Fórum de Famílias de Reféns Desaparecidos, partidos de oposição, grupos sociais e empresários, protagonizaram uma greve nacional — domingo é dia útil em Israel. A pauta era um acordo imediato de trégua e o repúdio aos planos militares do governo.
Manifestantes bloquearam algumas das principais rodovias, protestaram em suas cidades pela manhã e à noite marcharam rumo à Tel Aviv.
Policiais detiveram mais de 30 pessoas por perturbação da ordem pública, segundo uma nota, onde explicam que alguns dos protestos “degeneraram em distúrbios violentos”.
Após os atos da manhã, de acordo com o Fórum, cerca de 350.000 pessoas marcharam até a principal praça de Tel Aviv, acompanhadas de familiares de sequestrados.
Alguns dos ex-reféns exibiram mensagens pré-gravadas em um telão, nas quais pediram ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “que pense na vida dos reféns e os traga de volta para casa” antes de apoiar os planos do premiê israelense. Outros ex-sequestrados estiveram presentes e lembraram os dias de cárcere.
Familiares dos sequestrados também discursaram no evento, alguns com falas críticas dirigidas ao primeiro-ministro israelense, a quem culpam pelo fato de seus familiares permanecerem em cativeiro 681 dias depois do início da guerra.
Os manifestantes levantaram cartazes com os rostos dos reféns, bem como slogans que diziam “O legado de Trump entra em colapso enquanto a guerra em Gaza continua”. Além disso, também foram vistas bandeiras israelenses e amarelas — a cor em solidariedade aos reféns. A manifestação da noite deu fim ao dia greve nacional.
Estima-se que ainda tenha 20 reféns vivos e outros 30 mortos na Faixa de Gaza. A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas teve início no dia 7 de outubro de 2023, quando terroristas invadiram o território israelense, matando mais de 1200 pessoas, incluindo crianças e mulheres.
Fonte: Gazeta