Fotos e vídeos do cumprimento entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ditador da Rússia, Vladimir Putin, na chegada do líder do Kremlin para uma cúpula no Alasca nesta sexta-feira (15), estão em evidência em telejornais, sites e redes sociais em todo o mundo.
Entretanto, alguns estão se questionando: por que Putin, que tem contra si um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), não foi preso ao chegar ao território americano?
Em março de 2023, o TPI ordenou a prisão de Putin, devido à deportação ilegal de menores ucranianos para a Rússia desde o início da invasão ao país vizinho, em fevereiro de 2022.
Porém, sua prisão não ocorreu nesta sexta-feira porque os EUA, assim como China, Rússia, Israel e outros países, não são membros do tribunal e, portanto, não reconhecem sua jurisdição.
Inclusive, em junho, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou sanções contra quatro juízas do TPI pela investigação contra Israel sobre a guerra na Faixa de Gaza, que levou a corte a emitir no ano passado mandado de prisão contra o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por acusações de crimes de guerra e contra a humanidade no enclave palestino.
Antes disso, o governo Trump havia bloqueado quaisquer bens que o procurador do TPI, Karim Khan, tenha nos Estados Unidos e o impedido de entrar em território americano, devido à investigação contra Netanyahu e outras autoridades de Israel.
Porém, até um país que é membro do TPI se recusou a prender Putin em 2024. Em outubro do ano passado, juízes da corte denunciaram a Mongólia ao seu órgão legislativo e supervisor, a Assembleia dos Estados-Partes, por não ter cumprido o mandado de prisão contra o ditador russo, quando este viajou ao seu território em setembro.
O país asiático é signatário do Estatuto de Roma, que criou o tribunal, assim como o Brasil. Por ora, entretanto, não houve punição à Mongólia.
Em razão do mandado de prisão do TPI, Putin não veio à cúpula do G20 no Rio de Janeiro, em novembro, nem à cúpula dos Brics na mesma cidade, no mês passado.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva causou indignação em 2023 ao falar que tanto Ucrânia quanto Rússia são responsáveis pela guerra no primeiro país e ao dizer que Putin não seria preso se viesse ao Brasil para a cúpula do G20. Depois, o petista desconversou sobre a ordem de prisão contra o ditador russo.
Fonte: Gazeta