Segundo levantamento do Instituto Datafolha divulgado neste sábado (16), 35% dos brasileiros responsabilizam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela imposição de tarifas extras dos Estados Unidos, o chamado tarifaço, sobre produtos brasileiros — um movimento liderado pelo presidente norte-americano Donald Trump, anunciado em julho e que começou a operar neste mês de agosto.
O resultado indica que um em cada três entrevistados enxerga Lula como o principal responsável pelo chamado “tarifaço”, mesmo com o governo petista afirmando que a medida tem origem nas ações internacionais da família Bolsonaro, especialmente Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atua nos EUA.
A pesquisa ainda mostra que 22% culpam Jair Bolsonaro pelo tarifaço e 17% seu filho Eduardo, somando 39% que responsabilizam diretamente a família Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes (STF), alvo de sanções pela Lei Magnitsky também determinadas por Trump, aparece como culpado para 15% dos entrevistados.
A sondagem foi feita pelo Datafolha nos dias 11 e 12 de agosto, com 2.002 entrevistas em 113 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
O estudo também mostra que a percepção sobre a culpa ao tarifaço varia conforme o voto em 2022: entre eleitores de Lula, apenas 11% o apontam como responsável, enquanto 58% dos que votaram em Bolsonaro culpam o petista. Além disso, 40% dos entrevistados acreditam que Trump tomará novas medidas contra o Brasil após a prisão domiciliar de Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes no início deste mês.
O tarifaço de importação de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil começaram a valer no dia 6 de agosto, tornando-se as mais altas aplicadas sobre produtos brasileiros no mercado americano. A medida foi oficializada por um decreto assinado pelo presidente Donald Trump no dia 30 de julho, que adicionou uma tarifa extra de 40% sobre as exportações brasileiras, somando-se aos 10% já em vigor.
Segundo comunicado da Casa Branca, a decisão foi tomada sob a justificativa de que o governo brasileiro representa uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, à economia e à política externa dos EUA, citando supostas violações de direitos humanos, censura e perseguições políticas no Brasil — especialmente ações do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Apesar da rigidez, a ordem executiva exclui da cobrança cerca de 700 produtos, como suco de laranja, veículos, petróleo e aeronaves civis.
Fonte: Gazeta