O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, anunciou nesta quarta-feira (13) que aprovou um novo plano de assentamento que separaria Jerusalém Oriental, que os palestinos reivindicam como sua capital, da Cisjordânia.
“O plano enterrará a ideia de um Estado palestino”, disse Smotrich, segundo informações do jornal The Jerusalem Post.
O ministro afirmou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concordaram com a retomada do chamado empreendimento E1, mas os dois líderes não confirmaram por ora a informação.
“Da perspectiva palestina e da comunidade internacional, esta é uma área crítica. Sem ela, o estabelecimento de um Estado palestino com Jerusalém Oriental como capital é simplesmente impossível”, afirmou Smotrich.
O plano apresentado pelo ministro prevê a construção de 3.401 novas unidades habitacionais no assentamento de Ma’aleh Adumim, localizado na Cisjordânia.
“A aprovação da construção na área do E1 mina a ideia de um Estado palestino e faz parte das medidas mais amplas que estamos tomando como parte do nosso plano de soberania de fato, que começou com a formação deste governo. Após décadas de pressão internacional e suspensão de projetos, estamos desafiando as convenções e consolidando a conexão entre Ma’aleh Adumim e Jerusalém”, acrescentou Smotrich.
O grupo terrorista Hamas criticou o plano anunciado pelo ministro das Finanças. “Este plano criminoso revela a verdadeira face do governo sionista como um governo colonial e ocupante extremista que só entende a linguagem do assassinato, do genocídio, do deslocamento e do confisco de terras”, disse o Hamas em um comunicado, segundo informações da agência EFE.
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, pediu que o plano seja “revisto”. “[Os assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental] violam o direito internacional, consolidam a ocupação e obstruem ainda mais a perspectiva de uma solução de dois Estados”, afirmou.
No final de maio, Smotrich havia anunciado que o governo israelense aprovou 22 novos assentamentos judaicos na Cisjordânia, o que, segundo a ONG Peace Now, será a maior expansão desde os Acordos de Oslo de 1993, que iniciaram negociações para o estabelecimento de dois Estados, hoje abandonadas.
Em junho, Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Noruega anunciaram sanções contra Smotrich e Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional de Israel, que foram proibidos de entrar nesses países e tiveram bens bloqueados, sob a alegação de que ambos incitam a violência contra palestinos na Cisjordânia.
Na ocasião, Smotrich disse que o Reino Unido “já tentou uma vez nos impedir de colonizar o berço da nossa pátria, e não podemos deixar isso acontecer novamente” – em referência ao período entre as décadas de 1930 e 40 em que a migração judaica para a região foi restringida pelo Mandato Britânico da Palestina.
Fonte: Gazeta