O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou a cerimônia do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) para a urbanização de favelas, em Osasco (SP), para criticar pessoas pobres que votam em candidatos ricos, no melhor estilo “nós contra eles”.
Sob a perspectiva de Lula, “ele só é rico porque já roubou” e votar em políticos ricos seria como “colocar uma raposa para tomar conta do galinheiro”. E finalizou: “vocês acham que a raposa vai tomar conta do galinheiro?”.
O petista voltou a empregar a polarização ao afirmar que o atual discurso do governo não é de “nós contra eles”, mas sim “eles contra nós”, referindo-se à oposição bolsonarista.
“Não tem nós contra ele, são eles contra nós, porque o povo cumpre com a sua função. O povo levanta de manhã, vai trabalhar, às vezes pega duas horas de ônibus, não é isso?”, comentou.
Durante o discurso, um homem foi agredido por apoiadores de Lula após chamar o presidente de “ladrão”. O homem gritou que “Lula também é ladrão e já foi preso”, trocando empurrões com os apoiadores e sendo expulso. O presidente interrompeu seu discurso e, ao retomá-lo, pediu respeito e criticou provocações.
Programa destinará bilhões para urbanização de áreas periférias
Lula anunciou a destinação de R$ 4,67 bilhões para ações de urbanização em 49 áreas periféricas de 32 municípios em 12 estados. Só em São Paulo, o investimento será de R$ 2 bilhões para melhorar as favelas, com infraestrutura e acesso a serviços básicos. O programa é para atender a comunidades carentes para reduzir desigualdades estruturais.
Big techs também foram tema do discurso
Sobre as big techs, que também estão no meio das disputas e negociações contra as tarifas de 50% sobre as exportações do Brasil, impostas pelo presidente Donald Trump e que começam a valer em 1º de agosto, Lula garantiu que seguirá com o processo de regulação.
“Na carta, ele (Trump) diz que não aceita que a gente vá punir ou fazer regulação das empresas chamadas Big Techs, e nós vamos fazer regulação porque eles têm que respeitar a legislação brasileira. Não pode ficar promovendo ódio entre os adolescentes, contando mentira, tentando destruir a democracia e o Estado de Direito Democrático”, afirmou.
Negociações com os EUA
Já sobre as negociações contra o tarifaço, Lula disse que Geraldo Alckmin (PSB-SP), que também estava no ato em São Paulo, é o responsável mas que encontra dificuldades em conseguir um interlocutor direto e de primeiro escalão.
“Ninguém pode dizer que o Alckmin não quer conversar, todo dia ele liga para alguém e ninguém quer conversar com ele. Então, é o seguinte, gente, este país aqui é um país do bem, este país é um país de um povo generoso. Então, eu quero que o Trump nos trate com a delicadeza e o respeito que eu trato os Estados Unidos e o povo americano”, finalizou.
Fonte: Gazeta