Depois de prestar depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na quinta-feira (24), o ex-assessor para assuntos internacionais da presidência da República, Filipe Martins, tornou-se o novo símbolo da direita contra a atuação do ministro Alexandre de Moraes na condução do julgamento das ações da suposta “trama golpista” e dos atos de 8 de janeiro.
A repercussão mostra mobilização em torno do nome de Martins, com expressões como “#freeFilipe” circulando amplamente entre apoiadores. Ele é exaltado por líderes políticos como uma figura corajosa, que permanece firme diante das medidas judiciais que sofre.
Martins vem sendo apresentado por aliados como vítima de perseguição política. O advogado de defesa, Jeffrey Chiquini, destaca que Martins foi tratado com rigor extremo, inclusive sendo colocado em isolamento e com visitas restritas.
Ainda assim, segundo Chiquini, o ex-assessor presidencial mantém sua convicção e contribui para desmontar o que chamam de “farsa da trama golpista” que envolve Bolsonaro. Ele ressalta que tanto Martins quanto Bolsonaro são inocentes das acusações que lhes imputam.
Durante o depoimento, Filipe Martins disse que nunca pensou em fazer delação.
“Não havia o que delatar. Quando quando eu ia conversar com o presidente [Jair Bolsonaro], tudo que eu vi era um homem preocupado com o Brasil. Jamais me dignaria a falar mentiras contra um homem que eu jamais vi fazer coisa errada. Eu não falarei mentiras, não falarei nada que possa causar injustiça ao presidente, a outras pessoas, a quem quer que seja. Eu prefiro sofrer uma injustiça do que ser injusto com outra pessoa. Porque é isso que que importa. Não respondo apenas à minha consciência, respondo também a Deus e sei que prestarei conta dessas coisas”, declarou durante a audiência à Primeira Turma.
Filipe Martins ganha apoio de parlamentares de direita
Parlamentares de direita também expressam apoio a Filipe Martins. Nikolas Ferreira (PL-MG) destacou sua dignidade diante do que chama de injustiça. Carlos Bolsonaro (PL-RJ) o definiu como a “prova viva da diferença entre homens e ratos”, repudiando as investigações e classificando-as como perseguição travestida de legalidade. Para seus apoiadores, Martins representa a resistência contra uma suposta tentativa de criminalização de vozes conservadoras e pró-Bolsonaro.
A figura de Filipe Martins passou a ser capitalizada como símbolo da resistência para o público conservador, que vê nele um exemplo de coragem e firmeza. “Poucos enfrentam a perseguição com tamanha coragem serena – e é justamente essa firmeza que revela os verdadeiros gigantes da história”, disse o deputado Nikolas.
Carlos Bolsonaro questionou, nas redes sociais, “o que ele fez de errado? O que violou na lei?”. “O ‘crime’ de Filipe Martins é existir – com inteligência, coragem e firmeza sempre foi inspiração. E por isso, tornou-se alvo”.
Fonte: Gazeta