O governo do presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta semana que iniciará o processo de privatização da empresa estatal Aguas y Saneamientos Argentinos S.A (AySA), responsável pelo tratamento de água e saneamento da Grande Buenos Aires.
De acordo com o jornal El País, o governo colocará à venda 90% das ações da companhia para a iniciativa privada. Os 10% restantes continuarão com colaboradores da empresa sob o programa de participação acionária, que não será alterado pelo Executivo.
O governo argentino pretende, segundo o porta-voz Manuel Adorni, “realizar uma licitação ajustada aos mais altos padrões nacionais e internacionais”, com o intuito de “modernizar o setor e melhorar o preço e a qualidade do serviço”.
No anúncio, realizado na última sexta-feira, Adorni reforçou que o projeto de privatização será regulado pela Comissão Nacional de Valores Mobiliários, e também aproveitou para criticar a gestão do esquerdista Alberto Fernández.
“Só no governo anterior foram gastos mais de 4,8 bilhões de dólares com AySA, que funcionou como uma plataforma de campanha”, afirmou Adorni. “Ao todo, 200 milhões de dólares foram destinados a obras nas regiões de Tigre e Malvinas Argentinas, os dois municípios de onde vinha sua cúpula diretiva”, denunciou.
Durante a gestão de Fernández, a AySA registrou um déficit de 230 milhões de dólares em 2023 — que, segundo economistas no país — foi causado pelo congelamento dos preços das tarifas de conta de luz, com o objetivo de conter a alta inflação na Argentina.
A privatização da AySA — estatizada em 2006, pelo então presidente Néstor Kirchner — foi uma das principais promessas de campanha do presidente Javier Milei, empossado em 2024.
Fonte: Gazeta