O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “inaceitável” a revogação de vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo governo Trump. Em nota publicada na rede social X, na manhã deste sábado (19), Lula expressou “solidariedade e apoio” aos atingidos por “uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”.
De acordo com o petista, “a interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”.
Lula assegurou, ainda, que “nenhum tipo de intimidação ou ameaça” será capaz de comprometer a “missão” dos poderes brasileiros, em sua atuação “na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito”.
Vistos revogados
Na tarde da sexta-feira (18), o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, de seus “aliados” no STF e seus familiares, que ficam assim impedidos de entrar nos Estados Unidos. O governo Trump não divulgou quais outros juízes da corte são atingidos pela medida. Uma nota publicada pelo advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, na noite da sexta, defendendo os atingidos pela sanção americana, incluiu o procurador-geral da República, Paulo Gonet, na lista.
A sanção americana a autoridades brasileiras ocorreu após uma operação contra o ex-presidente do Brasil Jair Messias Bolsonaro (PL), a quem o mandatário dos EUA, Donald Trump, tem defendido constantemente nas últimas semanas.
Na manhã da sexta, Bolsonaro foi alvo de mandados de busca e apreensão emitidos por Moraes e cumpridos pela Polícia Federal em sua residência e na sede do PL em Brasília. O ministro determinou também a imposição de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição do uso de redes sociais e de contato com aliados investigados.
Segundo Moraes, a operação foi motivada pela atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, nos Estados Unidos para articular sanções contra autoridades brasileiras.
Fonte: Gazeta