A Justiça da Rússia condenou 135 pessoas à prisão devido a um grande tumulto antissemita ocorrido em outubro de 2023 em Makhachkala, no Daguestão, uma república russa de população predominantemente muçulmana.
Segundo informações da agência Reuters, o Comitê Investigativo do país relatou nesta sexta-feira (18) que 135 pessoas foram condenadas a penas de prisão que variam de seis anos e meio a 15 anos por participação em tumultos em massa e outros crimes.
Ao todo, 142 pessoas foram investigadas por participação no incidente, e em 139 casos a investigação já foi concluída.
As outras três pessoas, que, segundo os investigadores, teriam organizado a agressão por meio de postagens em um canal no Telegram, foram colocadas na lista de procurados da Rússia.
O caso ocorreu poucos dias após o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelos atentados do grupo terrorista Hamas em Israel.
Centenas de pessoas invadiram o aeroporto de Makhachkala após um avião que chegava de Tel Aviv ter pousado e realizaram um quebra-quebra, que deixou cerca de 20 pessoas feridas. As forças de segurança contiveram os agressores e nenhum passageiro do avião ficou ferido.
À época, o ditador Vladimir Putin culpou o Ocidente e a Ucrânia pelo ataque.
“Os eventos em Makhachkala na noite passada foram inspirados, inclusive pelas redes sociais, principalmente a partir do território da Ucrânia, pelas mãos de agentes dos serviços de inteligência ocidentais. Nesse sentido, quero fazer uma pergunta: é possível ajudar a Palestina tentando atacar os tats [judeus das montanhas do Cáucaso] e suas famílias? Os tats, aliás, são a nação titular [originária] do Daguestão”, disse Putin. Porém, as acusações do ditador não foram comprovadas.
Fonte: Gazeta