A relatora especial das Nações Unidas para a Palestina, Francesca Albanese, pediu nesta terça-feira (15) em Bogotá que todos os países cortem relações com Israel, pois considera que tratar o que chamou de “ocupação” da Palestina como algo normal significa apoiar a “presença ilegal” do Estado judeu nesse território.
“Que cada Estado revise e suspenda imediatamente seus laços com o Estado de Israel, suas relações militares, estratégicas, políticas, diplomáticas e econômicas, tanto de importações quanto de exportações”, disse Albanese durante a abertura da reunião ministerial do Grupo de Haia na capital da Colômbia.
Ela defendeu que os países devem assegurar que seu setor privado, desde bancos e fundos de pensão até universidades, corte os laços com Israel, assim como com os prestadores de serviços nas cadeias de abastecimento.
“Tratar a ocupação como algo normal significa apoiar ou fornecer ajuda e assistência à presença ilegal de Israel nos territórios palestinos ocupados”, acrescentou.
Albanese alegou que a economia de Israel está estruturada para sustentar “a ocupação, que agora se tornou genocídio”.
“É impossível dissociar as políticas e a economia estatal de Israel de suas antigas políticas e economia de ocupação. Elas têm sido inseparáveis há décadas”, ressaltou.
A Colômbia, anfitriã da reunião do Grupo de Haia, rompeu relações diplomáticas com Israel em 1º de maio de 2024 e, dias depois, suspendeu as exportações de carvão para o país em resposta à ofensiva israelense em Gaza, que o presidente colombiano, Gustavo Petro, tem qualificado repetidamente como “genocídio”.
Albanese, de nacionalidade italiana, foi alvo de sanções aplicadas em 9 de julho pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que a acusou de “antissemitismo descarado” e de realizar uma “campanha” contra Israel.
“A campanha política e econômica de Albanese contra EUA e Israel não será mais tolerada. Sempre apoiaremos nossos parceiros no direito à legítima defesa”, afirmou o chefe da diplomacia americana no X.
Fonte: Gazeta