O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou neste domingo (13) um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) passem a ser investigados no mesmo inquérito que apura possíveis crimes cometidos pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), já em andamento na Corte, por coação e tentativa de obstrução à Justiça.
O inquérito, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e investiga Eduardo que está autoexilado nos Estados Unidos por suposta obstrução de investigação, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A atuação do parlamentar nos Estados Unidos nos últimos meses é apontada como o principal elemento da apuração.
Na petição, o líder do PT afirma que Eduardo Bolsonaro está envolvido em articulações internacionais para pressionar o governo e o Judiciário brasileiros. Ele menciona as tentativas do deputado de influenciar autoridades norte-americanas a aplicarem sanções contra o Brasil e membros do Supremo Tribunal Federal, apresentando o STF como inimigo da liberdade e deslegitimando as instituições nacionais.
O pedido do petista também cita declarações de Jair e Flávio Bolsonaro como supostas provas de envolvimento direto na tentativa de influenciar decisões políticas e judiciais no Brasil com base em pressões externas. Na última semana, Flávio Bolsonaro afirmou durante entrevistas que a anistia “ampla e irrestrita” aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro seria o “primeiro passo” para reverter a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.
Já Jair Bolsonaro, em publicação nas redes sociais, defendeu que “os poderes ajam com urgência” para “resgatar a normalidade institucional”.
Para Lindbergh, as falas reforçariam que há uma articulação coordenada entre os membros da família Bolsonaro com o objetivo de deslegitimar o STF e criar uma narrativa de perseguição política, ao mesmo tempo em que buscam apoio internacional para interferir nos assuntos internos do Brasil. Segundo o petista, as ações do núcleo político-familiar liderado por Jair Bolsonaro evidenciam a tentativa de transformar o Brasil em satélite de um projeto internacional da direita, comprometendo a autonomia do Estado brasileiro e o funcionamento regular das instituições democráticas.
Cabe ao ministro Alexandre de Moraes analisar o pedido e decidir se Jair e Flávio Bolsonaro serão incluídos oficialmente no inquérito, que já investiga Eduardo por suposto envolvimento em articulações que podem configurar crimes contra o Estado de Direito.
Fonte: Gazeta