O líder e ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, recebeu neste sábado o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, para debater temas de cooperação bilateral e a participação de militares norte-coreanos na guerra na Ucrânia, segundo informou a diplomacia russa.
“Lavrov foi recebido pelo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un”, indicou o Ministério das Relações Exteriores em seu canal no Telegram, onde publicou uma foto e um vídeo em que o líder norte-coreano e o chefe da Chancelaria russa apertam as mãos.
O chanceler russo agradeceu a Kim “a oportunidade de conversar” e destacou que o diálogo entre ambos os países “sempre estimula o desenvolvimento das relações e o impulsionamento dos acordos alcançados entre você e o presidente (Vladimir) Putin”, em particular, o acordo de parceria estratégica.
“Valorizamos muito sua visita à nossa embaixada em 9 de maio, suas palavras calorosas e sinceras por ocasião do Dia da Vitória” sobre a Alemanha nazista, acrescentou.
Lavrov recordou que, nesse mesmo dia, Putin conversou na Praça Vermelha com os comandantes das unidades norte-coreanas que combateram em Kursk.
“O presidente lhe transmite as mais calorosas saudações ao confirmar a adesão a todos os acordos alcançados. Espera continuar os contatos diretos o mais rápido possível”, completou.
Lavrov, que chegou na véspera à cidade costeira de Wonsan, teve uma reunião hoje com sua homóloga norte-coreana, Choe Son-hui.
Após a reunião, o chefe da diplomacia russa agradeceu à Coreia do Norte o apoio incondicional à Rússia na guerra na Ucrânia e não descartou que Pyongyang envie mais militares para o conflito.
“Partimos do princípio de que a Coreia do Norte define por si mesma a forma como nosso acordo de parceria estratégica é implementado”, que prevê apoio militar mútuo, afirmou em entrevista coletiva após ser questionado sobre a possibilidade de uma maior participação norte-coreana na Ucrânia.
Ressaltou que a Rússia não tem motivo algum “para recusar a sincera manifestação de solidariedade” do líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Os laços militares entre Moscou e Pyongyang vêm se estreitando depois que ambos assinaram no ano passado um tratado de parceria estratégica que inclui uma cláusula de defesa mútua.
Acredita-se também que Pyongyang enviou tropas, foguetes e munição para apoiar a invasão russa da Ucrânia, em troca de sistemas de armamento antiaéreos de Moscou.
As frequentes visitas mútuas de alto nível entre os dois países vêm alimentando as especulações sobre uma nova cúpula entre Vladimir Putin e Kim Jong-un, após a histórica visita do líder do Kremlin a Pyongyang em junho de 2024, na qual foi assinado o acordo citado anteriormente.
No entanto, o Kremlin afirmou na última quarta-feira que, por enquanto, não há planos para uma nova reunião desse tipo, segundo disse o porta-voz Dmitry Peskov ao ser questionado sobre essa possibilidade por ocasião da visita de Lavrov à Coreia do Norte.
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Fonte: Gazeta