O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta sexta (11) que a suspensão do tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump ao Brasil deve ser condicionada a uma “anistia ampla, geral e irrestrita”. A afirmação ocorreu pouco depois do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo, se reunir com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar.
Eduardo falou do risco que a suspensão da taxação – que ele chama de “Tarifa-Moraes” – pode trazer ao Brasil, como o risco de virar uma “Brazuela”, em referência à ditadura venezuelana.
“Não dá para pedir ao Presidente Trump – e nenhuma autoridade internacional minimamente decente – para tratar uma ditadura como se fosse uma democracia. Ou há uma anistia ampla, geral e irrestrita para começar ou bem vindos à ‘Brazuela’”, afirmou em uma rede social.
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Eduardo Bolsonaro afirma que um recuo de Trump agora sem a anistia significa levar o Brasil a uma eleição presidencial de 2026 sem a participação da oposição – esse lado tem em Jair Bolsonaro (PL) o candidato oficial, mesmo ainda estando inelegível pela Justiça –, um pleito “mais ditatorial” do que em 2022 e o próprio ex-presidente “preso até morrer”.
“O único fato em favor da liberdade nos últimos anos foi a ação forte de Donald Trump, antes disso foi só censura, prisões e regulamentação das redes sociais – e acordos caracu. Não mais”, pontuou.
O deputado licenciado afirma, ainda, que a suspensão da tarifa neste momento significa dar ainda mais poder ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mais censura às redes sociais do que na China – onde apenas plataformas do governo são autorizadas –, e, na visão dele, “velhinhas presas seguindo o rito ‘sui generis’ de progressão de regime igual ao do Dep. Daniel Silveira”.
O ex-deputado chegou a ser beneficiado com uma liberdade condicional no final de 2024 submetido a medidas cautelares, como o toque de recolher após às 22h. Ele teve o benefício revogado por supostamente descumprir uma delas no primeiro dia, por motivos de saúde que o levaram ao hospital para além do horário limite.
Um pouco mais cedo, Tarcísio afirmou que a reunião com Escobar teve como pauta um pedido para Trump rever a taxação, por conta dos impactos que causará ao setor produtivo brasileiro e dos próprios americanos.
“Conversamos sobre as consequências da tarifa para a indústria e agro brasileiro e também o reflexo disso para as empresas americanas. Vamos abrir diálogo com as empresas paulistas, lastreado em dados e argumentos consolidados, para buscar soluções efetivas. É preciso negociar”, disse.
Entre os argumentos utilizados por Trump para sobretaxar as importações brasileiras está o que seria uma perseguição política a Bolsonaro (PL) no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Para Trump, o Brasil promove uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente, descrevendo a situação como “uma vergonha” e exigindo que o processo judicial contra o ex-presidente seja encerrado.
O norte-americano também justificou a imposição das tarifas alegando prejuízos econômicos e denunciando supostas “ordens secretas e ilegais” contra plataformas de mídia nos Estados Unidos que, diz, violariam a liberdade de expressão.
Fonte: Gazeta